Claro, nem sempre é o borrão que acaba com o quadro. Às vezes a gente começa a pintar torto, de perto não percebe, só quando vê que não tem mais como acertar tanto erro. E aí ou assume o quadro assim ou deixa ele pra recomeçar. Às vezes fica até bom, o erro.
Tem tb os quadros que perdem a graça no meio da pintura e ficam assim inacabados, completados pelo branco de vazio e de paz.
Não falei ainda dos que a gente largou mas quer retomar pra, dessa vez, caprichar nos tons. Só que essas coisas não costumam se pintar a apenas duas mãos. São ao menos quatro e, por trás das mãos tem seus autores, depois o que eles querem e o que podem, e o que pensam, suas vivências e como percebem aquilo tudo. Queremos saber se tem parceria na composição de uma obra até ficar subjetivamente legal. Mas a gente nunca sabe.
É capaz que a qualquer hora ele termine.
"As coisas que não conseguem ser
olvidadas continuam acontecendo.
Sentimo-las como da primeira vez,
sentimo-las fora do tempo,
nesse mundo do sempre onde as
datas não datam. Só no mundo do nunca
existem lápides... Que importa se –
depois de tudo – tenha "ela" partido,
casado, mudado, sumido, esquecido,
enganado, ou que quer que te haja
feito, em suma? Tiveste uma parte da
sua vida que foi só tua e, esta, ela
jamais a poderá passar de ti para ninguém.
Há bens inalienáveis, há certos momentos que,
ao contrário do que pensas,
fazem parte da tua vida presente
e não do teu passado. E abrem-se no teu
sorriso mesmo quando, deslembrado deles,
estiveres sorrindo a outras coisas.
Ah, nem queiras saber o quanto
deves à ingrata criatura...
A thing of beauty is a joy for ever
disse, há cento e muitos anos, um poeta
inglês que não conseguiu morrer."
olvidadas continuam acontecendo.
Sentimo-las como da primeira vez,
sentimo-las fora do tempo,
nesse mundo do sempre onde as
datas não datam. Só no mundo do nunca
existem lápides... Que importa se –
depois de tudo – tenha "ela" partido,
casado, mudado, sumido, esquecido,
enganado, ou que quer que te haja
feito, em suma? Tiveste uma parte da
sua vida que foi só tua e, esta, ela
jamais a poderá passar de ti para ninguém.
Há bens inalienáveis, há certos momentos que,
ao contrário do que pensas,
fazem parte da tua vida presente
e não do teu passado. E abrem-se no teu
sorriso mesmo quando, deslembrado deles,
estiveres sorrindo a outras coisas.
Ah, nem queiras saber o quanto
deves à ingrata criatura...
A thing of beauty is a joy for ever
disse, há cento e muitos anos, um poeta
inglês que não conseguiu morrer."
Mário Quintana
Que importa que só restaram cinzas, se foram belas as chamas? (ou algo parecido)
ResponderExcluirTambém Mário Quintana.
Outra reflexão: existe no mundo amor bem-acabado? A gente pode desistir no meio sim, mas acho que a gente nunca conclui a obra. O amor está constantemente em construção, é uma tela que está sempre sendo refeita. A gente pinta, borra, limpa, pinta de novo, apaga, começa do zero, vai pintando, aprimorando, acrescentando novos elementos, tirando outros, infinitamente, sem acabar, só continuando, sem ponto final, só vírgulas e reticências...