quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

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ouvir
o vir
da nu-
vem:

serena sereia
uivando ao vento:
anunciante do alto mar aporta
a cidade, convida ao lindo naufrágio
quem quer que perceba.

mas aqui não há quem note:
o horário encolheu
o whatsapp vibra no bolso
o facebook urge
o trânsito abafa seu canto
o trabalho suga suas horas
se acaba a bateria
é preciso chegar em casa

e a rota é uma só,
cumprida quase sem perceber,
a sereia nao vai mudar.

ela canta, canta nua
sobre sua nuvem
negra

derruba uma,
duas, três
árvores e postes
até acabar com a luz.

fico a
olhar o
molhar da
mulher
d’água.

Matheus Marins

sábado, 2 de janeiro de 2016

reflexões de 7a.m.

Nós sempre estamos mudando, mas sempre esquecendo que as outras pessoas estão mudando também. Elas se tornam o nosso elo com o passado, com o que a gente foi.
As julgamos pelo que já foram sob a égide de quem fomos, mas com os olhos de alguém em versão atualizada.
E passam-se anos de resoluções de réveillon que às vezes cumprimos...

02/01/201...6!