sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Sobre interpretar o tempo e observar o seu trabalho silencioso


(...)vê água do mar refletindo amarelo pela luz do sol nos prédios naquele quase final de tarde. Uma vista me curando a retina de outras bobagens que eu só queria esquecer. Águas dançando ante montanhas tão serenas quanto tristes por paradas há sei lá quanto tempo ali. Corpos tomando banho de mar e de sol, correndo e voltando, como as ondas, de lugar algum.
Apenas mirando o fluxo da paisagem e do tempo a tornar tão efêmeros todos nós. Todos nós não mais que passageiros, não menos que agentes influindo e sofrendo influências, construindo aparências e reformando essências. Fazendo fotografias pra lembrar o que já vai passando, conversando pra passar o tempo, correndo pra estar em forma, às vésperas de qualquer coisa. Às minhas costas corre a cidade dentro de metais e rodeada por concreto. Mas vendo o mar a gente quase que contraditóriamente lembra do chão, dos pés que são dois e de como é bom apenas pôr um depois do outro. Vê um horizonte ainda não verticalizado e sabe que pra voar basta errar o chão. Lembra da preguiça, de como ela é valiosa e até necessária em pequenas doses nos dias de hoje.

Eu

2 comentários:

  1. Pra voar basta errar o chão!
    Pra voar basta errar o chão!
    Pra voar basta errar o chão!

    Muito bom! Vou começar a repetir todo dia.

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  2. Muito bom, Matheus!
    Um texto bem escrito, poético, com um conteúdo rico!
    Grande abraço e sucesso!

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