quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Placebo (?)

É, médica, eu sei que a vida não é fácil e que é preciso estudar para aprender direitinho e passar nas provas, depois conseguir um bom trabalho e se dedicar, daí traçar tudo o que se quer e ser um profissional bem posicionado no mercado, com estabilidade e reconhecimento. Aquelas coisas. Sei que se te passarem um beep na madrugada interrompendo nosso sono, ou nossa insônia, você terá de atender porque há vida em risco. Mesmo sacrificando a vida que criamos, pois sua profissão será uma vida à parte. E cada um é tão importante como você ou eu. Sei. Não tenho problemas quanto a isso e reconheço a importância crucial de uma boa medicina sempre disponível à população. Isso é base para a sociedade. E eu aceito tudo isso, sem problema algum.

Então, médica... se eu deixar meu coração com você, cuida como se fosse o daquele paciente que passou por mil testes e doutores, sem que fosse diagnosticada solução pra essa taquicardia? Seja paciente com a disritmia desse músculo que aos pulos vai me saindo pela boca. Cuida, que com o tempo ele volta ao normal. E quando já não houver mais sinal de descompasso, mão suadas, palavras sumidas, eu vou embora como todo o paciente.

Talvez aí você me deseje outra doença pra voltar aos seus cuidados, só pelo costume. Mas, sinceramente, acho que nunca será coisa tão séria que volte a precisar de seus tratos então. A não ser que eu tenha uma recaída. Sei que você será paciente nesse caso.

Olha eu adiantando a coisa toda. Faço mesmo muito disso, de querer profetizar. Mas agora vamos aproveitar, enquanto... BEEP!.

Matheus Marins Alvares - 09/09/2010

4 comentários:

  1. Putz que L-I-N-D-O esse texto *.*
    Fiquei sem palavras para comentar, sei lá todo esse contexto, a forma como vc nos trasmite, é tudo tão perfeitoo. =D

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  2. Onw, lindo mesmo!

    "Cuida, que com o tempo ele volta ao normal."
    Adorei, beijo.

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