segunda-feira, 28 de junho de 2010
Despedaço
domingo, 27 de junho de 2010
Um momento
Tempo, duração, período, decurso, transcurso, prazo, fase, intervalo,...
sexta-feira, 25 de junho de 2010
domingo, 20 de junho de 2010
Esses dois...
quinta-feira, 10 de junho de 2010
domingo, 6 de junho de 2010
Três Músicas
Mal o pianista termina suas notas, entornam na sala acordes de Just Like Heaven. E o de vermelho se destacou e jorrou pela veia um bocado de heroína. Euforia, calor e conforto o fazem mesmo se sentir Just Like Heaven. O mundo pende por um fio no qual ele dança, sapateia, salta e urra aquilo que lhe apraz aos três ventos que saem do ventilador. O que vem depois não importa, pensa.
O que vem depois é a poesia nos versos de Arnaldo Antunes. É quando o cara de azul se solta para embeber mais um pouco de benzina no pano e sorver outro vale milhas e milhas de viagem de três minutos, é para onde? Paris? Acapulco? Novo México? Marte? Lua? Sol? Sala de estar. Está consumado.
Acaba a última música da playlist, fim. E eu, o de branco, lembro-me que sou a soma daqueles três. Não percebi em quantas partes me despedacei e quantas colorações deixaram escapar entre cada viagem. Sei que restou apenas a mistura de três cores primárias no que era tanta, tanta vida que dava inveja ao arco-íris.
E o de verde está paquerando uma pedra de crack. A vida se esvai contraditoriamente. Minha camisa vai ficando lilás.
Matheus Marins Alvares - 06/06/10
sábado, 5 de junho de 2010
Futuro do Presente
O olhar dela penetrou nos olhos dele, passeou, escorreu para a boca, a qual mirou enquanto se achegava.
E a distância diminuía fisicamente, porque em pensamento os dois se faziam um só havia tempos.
E ele caminhava firme em sua direção, aflito, sem saber se ria, se corria para ela como fariam nos filmes ou se deixava a lágrima cair do canto do olho.
E ao ficarem tão próximos, a mão dela não tocou primeiro o braço dele, as cinturas não se achegaram antes que o resto e nem foi uma testa que tocou a outra por antecipação. Ambos e todas as partes do corpo de cada um se conectaram de imediato. E ficaram assim grudados, houve como que uma descarga elétrica que acendeu tanto o brilho nos olhos dela que na atmosfera desses dois a sua luz era mais ofuscante que o sol. Entretanto ele não podia deixar de mirar, seus olhos lacrimejavam e os dois não se controlaram: dois lábios se juntaram e os corpos se encaixavam congruentes. O beijo durou não se sabe se uma semana, um dia, uma hora ou um minuto, mas foi tempo o bastante para traduzir toda a espera pelo acontecido.
Ele avançava nela tal qual um bicho faminto devora sua fruta predileta. E ficava tão bêbado de seu perfume, seu toque, sua saliva, que mesmo tendo calculado todos os gestos anteriormente, às vezes ficava sem ação. Errava na conta, perdia a pose e trôpego ia se ajeitando entre os braços da amada. Inflamaram todo o desejo no melhor beijo que cada um pôde dar. Daqueles que ficam reservados desde sempre, mas a gente nem se dá conta e solta assim sem perceber.
E eles patinaram pelas ruas da cidade que tinha toda sua cor naquele casal. Os transeuntes não compreendiam o que se passava, e os dois subiram deslizando pela parede feito loucos, nas escadas de uma casa, um hotel ou um prédio bem alto.
E o quarto ao qual chegaram ficava tonto de tanta graça, se desequilibrava e jogava os dois para um lado e para o outro. Sem cerimônia ou disfarce, os toques eram sutis porém intensos, na cadência incerta de quem andou muito tempo perdido e agora parece se encontrar aos tantos.
E ele vai escrever nela a glória dos dias mais quistos de duas vidas.
Ela, com seu fogo deixará marcada nele a realidade do sonhado encontro das duas vidas.
Numa outra atmosfera descobre-se finalmente que ela é o sol e ele o planetinha girando tonto em sua órbita, se aproximando a cada volta e brincando com o fogo.
E os acontecimentos subsequentes não cabem em palavras para entrar no relato.
Matheus Marins Alvares - 04/06/2010
*Texto em revisão
quinta-feira, 3 de junho de 2010
moça bonita
de quem deseja bom dia
pede boa noite enquanto se despede
quem é essa moça
sorriso bonito
olhos alegres
mora tão longe
tão perto
do meu coração
Matheus Marins - 03/06/2010
terça-feira, 1 de junho de 2010
Dia de fúria
Queria postar todo dia aqui.
Chegar, sentar na frente do computador e puft! Ter uma história na mão.
Esses computadores que eu passo o dia encarando... gostam mesmo é de dificultar.
Moderno é lápis no papel.
Não precisa apertar botão, só se for lapiseira.
Mas aí não tem que esperar sistema carregar, apertar o F1, aguardar, escutá-lo reclamar da memória ram, não precisa ignorar aquela orquestra toda em desacordo...
No máximo trocar o grafite e desentopir o bico.
Grafite vai pra copa?
E a CPU vai pela janela, já já.
Dia de branco amanhã, hora de dormir.
...hoje tô tão antigo...
Matheus Marins - 01/06/2010
Da gaveta
Quando me perguntar qual é o sentido
Direi que todos os sentidos podem fazer algum
Porque quando meus sentidos aceleram, é você
O fim que se quer justificar, é você
E se esse fim for mesmo justo, será você comigo
Pois, justiça seja feita, o sentido pro meu mundo
É girar em sua órbita
Todas essas frases se direcionam a uma pessoa só
A segunda pessoa do singular.
Singular é o que sinto por você, que sei que ninguém mais sente como sinto
Ninguém me vê como te permito me ver
Singelo.
Quem reclamar que não falei amor
Entrou em desconchavo.
Não entendeu a relação
Com determinada cumplicidade
Essa palavra está nas entrelinhas
Está nas linhas de minhas mãos
Não sabe que seria redundância eu conjugar você com amor em mesmo lugar
Já que toda a conjugação do verbo que aqui faço é indireto para você
Perda de sentido é quando te vejo, mas não a ouço
Leio-te, mas não podes me ver
Ou te vejo, ouço, cheiro mas não posso tocar
Será que senti mesmo alguma coisa?
Matheus Marins Alvares - Vá saber de quando!