Ele: - Isso é por causa do Romário, não é?
Ela: - Claro que não! É por você, apenas.
- Queria tanto que você ficasse...
- Paulo, a situação ficou insuportável
- Sei que errei feio, meu bem. Garanto que não acontece de novo. A partir de agora vamos conversar mais, deixar as coisas claras...
(Silêncio)
Ele: Passo até no seu trabalho no horário de almoço.
Ela: Nem pense em voltar no meu trabalho! Todos já estão desconfiados, me olham torto e tudo! (Exaltada)
Ele: -E quem é que se importa? Você já está querendo dar do pé de lá e ir para Nevada de vez mesmo...
- Um dia eu volto, quem sabe. E aí? O pessoal todo vai lembrar que meu marido me traiu com o meu chefe?!
- Não fala assim...
- Por quanto tempo me escondeu isso, homem? Todos os 8 anos que estivemos juntos?
- Sempre tive receio de sua reação. Mas juro, com seu chefe foi a única vez! Fora isso, há anos que não acontecia.
- Sei...
- Verdade! Verdade!
- Você deveria buscar o que te faz feliz.
- É exatamente o que estou fazendo (soluçante).
- Achei que fosse aceitar melhor.
- No início foi mais fácil... Aí pensei nas manhãs sem ter a quem acordar, o telefone sem utilidade, as noites sem você e seu chá de camomila...
- Desapego, Paulo! Quem errou foi você. Vamos dar um tempo e, quem sabe um dia volto e te faço uma visita.
- Quanta frieza...
(O ônibus com direção a Nevada desponta na entrada da rodoviária, ela se apressa).
Ela: -Vê se ao menos me ajuda a levar essas malas.
(O ônibus de viagem estaciona, a porta se abre, passageiros desembarcam e é a vez dela entrar).
Ele: -Me liga quando chegar.
(guardando as malas).
Ele: - Não esqueça o remédio de enjôo.
(primeiro degrau)
Ele: - Deixei uma lembran...
(fecha-se a porta do ônibus, ela nem se despediu. Ele fica só, na rodoviária, assiste o ônibus em retirada e volta para o apartamento).
CENA 2
Uma semana depois, Paulo no apartamento ligando para a mãe dela.
Ele: - Alô? Ângela? Oi! Sou eu, o Paulo; faz uma semana que sua filha foi embora e não consigo qualquer contato, estou preocupado; ocupada?! Não pod...
- Tum, Tum, Tum. (Ângela bateu o telefone).
(Paulo fica preocupado e resolve investigar. Não consegue nada no antigo trabalho dela, que aparenta estar fechando as portas).
CENA 3
Dois meses depois, Paulo encontra uma conta no apartamento que dá para um endereço em Nevada.
Ele: - Deus do céu!
(gagueja qualquer coisa)
Ele: -É minha chance de rever meu amor. Vou pra lá amanhã mesmo! (falando sozinho)
(Paulo vai para a cama e não consegue dormir. Levanta, deixa o apartamento bagunçado e parte para a rodoviária).
CENA 4
Na rodoviária e, depois, dentro do ônibus
(Paulo está com o bilhete e embarca. A viagem é longa: 16 horas)
15 horas depois:
Rádio local: - Seguros e previdência UNILESCO: A sua melhor opção!... (UNILESCO é o nome da empresa onde ela trabalhava).
Ele: - Então era isso?! A empresa toda mudou para Nevada e ela não contou? Deve continuar trabalhando lá...
Um passageiro: - Quero dormir, cale a boca!
CENA 5
Paulo chega, toma um táxi até o endereço indicado na conta e, ao chegar, vê uma grande casa. Aproxima-se, analisa, vê um varal na lateral, onde Poe ver roupas que são dela e Paulo tem certeza de ter acertado seu paradeiro.
Paulo toca a campainha (barulho de duas pessoas dentro da casa, ouve a voz dela).
Ela: - Sua vez de atender, amor!
A outra pessoa: - A essa hora da manhã... (responde uma voz familiar a Paulo).
A porta abre, é Romário, o chefe dela, vestindo pijamas.
Matheus Marins Alvares - 14/05/2010
*Faltou um diálogo do início que perdi. Se alguém achar que fez falta, avise.
**Não reparar na minha habilidade para escolher nomes.
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