Hoje a cidade está parada, e ele apressa a caminhada para acordar a namorada logo ali. E vai sorrindo, vai aflito para mostrar cheio de si que hoje ele é senhor das suas mãos e das ferramentas.
Quando a sirene não habita, ela acorda mais bonita. Sua pele é sua chita, seu fustão. E, bem ou mal, é o seu veludo, é o tafetá que deus lhe deu, que é bendito fruto do suor do trabalho que é só seu.
Hoje eles hão de consagrar o dia inteiro para se amar. Tanto ele, o artesão, faz dentro dela sua oficina. E ela, tecelã, vai fiar nas malhas do seu ventre o homem de amanhã.
Mais um texto que gosto muito. Esse é música, e de uma simplicidade que fascina. :}
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