quinta-feira, 3 de maio de 2012

Era

Era um menino que gostava de brincar com o seu lápis no papel. Desenhava palavras e as palavras desenhavam nuvens e tapetes mágicos que o levavam para passear nas partes mais doces que este mundo desconheceu. Outras vezes desenhava com as palavras desenhos feios pra se libertar, e se libertava desaprisionando desenhos que se queriam livres. Abria alas para os rabiscos bobos que não sentiam-se confortáveis dentro dele - o menino. Era um menino feito de rabiscos, necessitava o seu lápis e tinha amigos de papel que o consumiam demasiado.
"Um dia eu vou te dar um grande amor, um ideal pelo que viver e uma história que vai curar alguma alma adoentada que porventura te cruzar." Disse o menino ao seu pedaço de papel.

Alguém se habilita a continuar a história? Fazer o que quiser com ela e dar ponto final ou não. É só continuar nos comentários.

Um comentário:

  1. Ele - o pedaço de papel - recebia as palavras com responsabilidade. Entendia-se como um contraponto do menino, um contraponto sem alma ou questão de escolha, um mero receptor. Mas esperava.
    Ficava encantado com o caminho percorrido, com os passeios, era apaixonado pelos adjetivos, sonhava. Não gostava de prender os desenhos feios e nesse ponto cultivava uma certa inveja do menino: gostaria de saber escrever. Sonhava.
    Todo dia sonhava em ser o menino.

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