domingo, 22 de janeiro de 2012

à sua fotografia


Essa, que fiz com os olhos e arquivei no melhor lugar do coração: você com uns prédios e o firmamento ao fundo, naquele fim de tarde de ventos bons, meio nublado e completamente perfeito.
Ao brilho do seu olhar, tão repleto que nítidos ficavam refletidos eu, a areia onde estávamos e o mar, calmo, a metros de distância. O seu sorriso me prendia e eu observava todos os cantos que podia, divisando seus contornos e volumes com o cuidado de não deixar falha nenhuma parte dessa fotografia. E nem daquilo que não se podia ver:
O suor da sua mão dentro da minha.
A pausa, o silêncio entre uma inspiração e uma expiração, antes de me desarmar um pouco mais, desfazer o nó na garganta e te convidar a se sentir em casa perto do meu peito.
Coisas grandes demais para o olho humano.

E a gente rindo, promissores desse jeito num fim de tarde, era tão inesperado quanto a terra inverter seu itinerário e o sol voltar a nascer enquanto se põe.

Ainda descubro o nome desse verbo novo que a gente conjuga.
Pois o que acontece entre nós passou longe dos dicionários.

2 comentários:

  1. tão bom passar aqui e se deliciar com mais um texto belíssimo seu. Uma ressalva pra esse fim que me prendeu a respiração. Beijo, bia.

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  2. Que intenso.

    Bjs amigo, ótima semana,
    Mih

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