Panapanã, do tupy: Coletivo de borboletas
Ao Ipê-Amarelo
que não era um Ipê-amarelo
e confundia a gente com o nome
e às borboletas amarelas com o formato.
Elas voavam nele
se assomavam a ele
notavam companheiras onde eram pétalas
ao ver uma, queriam namorar
Davam um cheiro, pousavam do lado
e sem perceber, a árvore já lhes assemelhara
e cada borboleta virara pétala.
Afortunadas borboletas,
quem as namorava era a árvore.
Anciã, em sua lonjura de tamanho,
um outono lhe custa um instante
e um bater de asas, uma eternidade
quando ela esperou inteiro o ano
para namorar em abril.
A pétala e a árvore faziam um amor inadiável,
E a borboleta
tombava
de extasiada
à sorte do
vento
vinha do alto,
desatando em chuva amarela
as efêmeras namoradas da árvore.
Matheus Marins
To the yellow ipe
that wasn't an ipe
but was yellow
and used to confuse us with the name
and the yellow butterflies with his yellow
they used to fly on him
get close to him
notice partners where there was petals
by seeing one, wanted to date them
take a smell, land next to them
and without noticing it, the three had already resembled 'em
and each butterfly turned into petals.
lucky butterflies
who dated them was the three
old in her vastness of size
an autumn used to cost her an instant
and a flap of wings, the eternity
when she waited the whole year
to flirt in april
the petal
the three
used to make an unavoidable love
and the butterfly
fell
on ecstatic
to the wind
comming from above
unleashing in yellow rain
the ephemeral girlfriends of the tree